Há duas técnicas de xilogravura, dependendo do modo como a madeira é cortada. Se cortada em tábuas, no sentido vertical, da árvore em pé, ao comprimento de sua fibra, chama-se de xilogravura de fibra ou fio (A). Se a madeira for cortada no sentido horizontal da árvore  em pé, chama-se de xilogravura de topo (B).

De acordo com o corte da madeira, as ferramentas utilizadas para as incisões são diferentes. No primeiro caso, são usadas goivas, formões e facas. No segundo, as ferramentas utilizadas são os buris de pontas diferenciadas. A ilustração a seguir permite comparar os modos diferentes de corte da madeira e os tipos de ferramentas utilizadas.


Vários são os tipos de madeira próprios para esta técnica de gravura, destacando-se a cerejeira, o mogno, cedro e outras madeiras mais moles. A imbuia é também bastante adequada, pois embora mais rígida, é dócil ao corte. Outras madeiras são também adequadas para o corte a fio, ou seja, no sentido longitudinal da peça, quais sejam, alguns tipos de jacarandá, canela, jequitibá, dentre outras.

Dependendo da madeira que se usa, os resultados obtidos serão diferentes, não só em temos de corte, como na textura das impressões. As imagens a seguir apresentam diferentes cortes, madeiras e ferramentas utilizadas no processo de corte a fio em xilogravura.


Com relação à gravação em topo, ou seja, com as madeiras cortadas transversalmente em relação ao crescimento do tronco, a madeira mais adequada denomina-se buxo e é mais rara no Brasil do que na Europa. Ela é utilizada, também, para a fabricação de instrumentos musicais e marchetaria. Este tipo de madeira tem cor amarelada, apresentando, algumas vezes, manchas escuras.

As imagens seguintes evidenciam diferentes possibilidades de uso do buril na xilogravura de topo, podendo ser apreciados detalhes que se pode conseguir com seus cortes sobre madeira. Vê-se, também, uma gravura executada pelo burilista do Sc. XIX, considerado um dos melhores da época, que foi Henri Thitiat.

Cortes com buril sobre madeira de topo. Henri Thitiat, Retrato de M.Victorien Sardou


Nenhum comentário:

Postar um comentário