A prensa de tipos móveis foi inventada pelo alemão Johannes Gutenberg por volta de 1450, com base nas prensas de vinhos. A técnica de impressão já existia na China e no Japão (acredita-se que desde o século VIII), porém, o método usado era diferente, chamado de “impressão em bloco” usando um bloco de madeira talhado, para imprimir uma página com determinado texto. Essa técnica era mais adequada para alfabetos constituídos de vários ideogramas, possivelmente por esse motivo não foi tão difundido na China do século XI como na Europa, que possuía um alfabeto com limitados números de caracteres. Ressalta-se ainda que os blocos feitos de madeira tinham uma qualidade inferior aos metálicos, pois se desgastavam e iam sofrendo alterações na forma ao longo do uso.

Mas, os desenvolvimentos de Johannes Gutenberg, um ourives de profissão, se diferenciam dos métodos já usados pelos chineses em dois aspectos: a invenção da máquina impressora e o uso de tipos alfabéticos e não ideográficos. Além disso, ele desenvolveu um sistema de impressão completo, que aperfeiçoou o processo de impressão em todas as etapas, adaptando as tecnologias existentes (como por exemplo a tradicional prensa de parafuso, conhecida na Europa desde o século I) às invenções de sua autoria. A inovadora Matriz (tipografia) possibilitou, pela primeira vez, maior agilidade no processo de cópias, usando tipos móveis metálicos em grandes quantidades, um elemento chave para a lucratividade da imprensa no mundo inteiro, já que os tipos móveis de metal absorvem muito menos tinta e o processo de fabricação envolvia um número menor de pessoas. Com o tempo, esses detalhes técnicos foram aperfeiçoados de diversas maneiras, contudo, os princípios básicos da prensa de Gutenberg permaneceram em uso por mais de três séculos.

Tipos móveis em composição feita no componedor, do ponto de vista do compositor tipográfico (ou chapista). Sob o componedor vê-se a caixa de tipos.
Tipos móveis justapostos num componedor, do ponto de vista do compositor tipográfico (ou chapista). Sob o componedor vê-se a caixa de tipos.[4][5][6]

A invenção e a difusão da prensa móvel é amplamente considerada como o acontecimento mais influente do segundo milênio dC,[7] revolucionando a maneira como as pessoas concebem e descrevem o mundo, e inaugurando a Idade Moderna. Porém, seu sucesso e sua sobrevivência dependeram da capacidade de mercantilizar efetivamente formas simbólicas. Logo, tal invenção contribui em parte no crescimento da economia no início da Europa moderna. Simultaneamente, estas se tornaram as novas bases do poder simbólico, que possuía relações ambivalentes com as instituições políticas dos estados emergentes, por um lado, e com aquelas instituições religiosas que reivindicavam certa autoridade sobre o exercício do poder simbólico, por outro. [8]

Prensa manual de Gutemberg

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